quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Estação Solidão

Só... tão só em meio ao nada e à escuridão da sala
Ele está a esperar a luz em um véu raiar mais uma vez
E agora o som das três ecoa mas não soa tão forte quantos as gotas que lhe tiram a alma aos fios
E os prantos disparam como a luz até o forro, buscando uma saída em direção ao céu

E o que era bom agora é tão vazio
Talvez porque uma voz já o avisou
Que a linha em que se encontra já chegou ao fim
E agora sim já percebeu onde é que está
Tudo se foi sem explicação e o fez saltar na estação solidão

É muito fácil isolar o seu problema e esquecer
pra não voltar mais lá
só pra você ter paz
É tão mas cômodo assim
É confortável não ver
E assim se engana ao dizer que só se trata do fim de um fardo que não tem mais que levar consigo
Grave bem a imagem que se tem do fim, pois em frente ao espelho vai se questionar:

Quem é você, senão o refletir de alguém que tem o corpo a derreter?
Vai ser mais uma noite onde haverá chuva, choro, ventos de cortar a alma
E o que era frio agora é tão sutil
Talvez porque ele já se acostumou
E num piscar esquece o que passou ali
Em um lugar que costumava ser seu lar
O mundo desapareceu e o abandonou na estação solidão

(Several)

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